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Primeiros Passos
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Crise climática

É possível dizer que quanto mais carne bovina se consome, pior para o clima do planeta. Isso porque a pecuária é responsável por 14,5% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no mundo e só a criação de gado bovino responde por mais de 60% desse total — o restante está associado à criação de outras espécies.

Grande parte dessas emissões ocorre no próprio processo de digestão do gado, que emite metano (CH4), um poderoso GEE. Mas também decorre da produção do gado em pastagens, cuja expansão é responsável pelo desmatamento de florestas virgens, outro processo que emite GEE. Funciona assim: ecossistemas naturais têm enorme capacidade de absorver e estocar CO2, sendo verdadeiros reservatórios de carbono. Quando desmatados, esse carbono é liberado para a atmosfera, contribuindo para o efeito estufa, o aquecimento global e, consequentemente, a crise climática.

O que cada um de nós pode fazer, portanto, é reduzir o consumo de carne vermelha. Outro caminho é procurar por carnes com selos que as certifiquem como não oriundas de áreas de desmatamento, o que diminui bastante seus impactos negativos. Observe: a carne bovina produzida em áreas recentemente desmatadas pode ser responsável por até 25 vezes mais emissões do que a carne produzida em pastagens já estabelecidas.

Esse tema é bastante sério quando pensamos no contexto brasileiro. De toda a poluição climática gerada pelo país desde 1990, a atividade agropecuária foi responsável por 80% das emissões. Em 2018, 44% do total de emissões brasileiras foi proveniente de mudanças de uso da terra (categoria na qual se encaixa o desmatamento) e 25% decorrente da agropecuária, ou seja, quase 70% juntas. E não se pode esquecer que a pecuária brasileira é responsável por 80% do desmatamento da Amazônia.

COMO COMEÇAR

Substitua a carne bovina por outras fontes de proteína: além de outros tipos de carne, como porco, frango e peixe, há diversas fontes vegetais capazes de suprir as necessidades nutricionais de proteína e cujos processos produtivos emitem menos GEE, como leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, etc.), cereais, oleaginosas (castanhas, nozes e amêndoas) e algas. Veja: 85g de carne bovina oferecem a mesma quantidade de proteína que 81 g de carne suína, 120g de frango ou 240g de feijão. Sempre que possível, procure fazer essas substituições em suas refeições.

Participe da campanha Segunda Sem Carne: se você conseguir abrir mão da carne pelo menos um dia da semana, mas por um longo período, estará fazendo uma grande contribuição ao combate à crise climática. Esse movimento global propõe isso e vai além: por meio de parcerias com empresas, doou 81 milhões de refeições sem carnes para escolas em 2019, estimulando o hábito de diminuir o consumo de carne.

Verifique a procedência da carne que você consome: sempre que possível, prefira comprar carnes certificadas, ou seja, que possuem selos assegurando que sua origem não está relacionada a desmatamentos. A certificação Rainforest Alliance é uma que você pode procurar, pois atesta práticas da pecuária sustentável.

ENTRE NO CLIMA
Repórter Eco
O vídeo (5 min) explica como a criação de gado impacta negativamente no meio ambiente, bem como o consumo de carne vermelha.
Humane Society International
O vídeo (4 min) apresenta o movimento Segunda Sem Carne e dá dicas para adotar essa prática no cotidiano.
Quarentena Sem Carne
O e-book do Greenpeace, lançado na pandemia, reúne receitas simples, saborosas, nutritivas e sem carne alguma.

Do Pasto ao Prato

O app identifica o caminho percorrido pela carne que você pretende comprar, indicando, por exemplo, se sua origem está associada a áreas desmatadas ou queimadas.

Guia de Restaurantes Vegetarianos
App indica restaurantes espalhados por todo o Brasil em que as carnes não têm vez.
E-book Primeiros Passos: Crise Climática
Um e-book com informações extras sobre a relação entre escolhas mais sustentáveis e o combate à crise climática. Para ler, se inspirar e compartilhar.
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