O comércio ilegal de madeira afeta de maneira significativa a preservação das florestas no mundo todo. Consequentemente, é um dos fatores que levam à perda de habitat natural, ameaçando diversas espécies animais e vegetais.

Cerca de 13 milhões de hectares de florestas nativas são perdidos anualmente ao redor do globo. No Brasil, já perdemos 82 milhões de hectares de vegetação florestal entre 1985 e 2018. E só em 2019, 1,2 milhão de hectares de vegetação nativa foi destruído em 56 mil pontos de desmatamento, sendo que 99% desse desmatamento foi ilegal.

É comum desmatar terras nativas para a abertura de novos pastos, mas também para a extração ilegal da madeira. A prática responde a 50%-90% das atividades florestais em locais chave de produção, como as florestas tropicais na Bacia do Amazonas, na África Central e no Sudeste da Ásia. A extração ilegal resulta em produtos provenientes de grilagem, degradação natural e trabalho escravo, sem nenhum respeito ao Código Ambiental. Daí a importância de verificarmos a procedência de bens como móveis, utensílios domésticos, enfeites e itens de papelaria, por exemplo.

Importante salientar que a extração ilegal da madeira é também fonte de grande desperdício se comparada ao manejo florestal sustentável, sendo inclusive menos vantajosa do ponto de vista econômico: o manejo sustentável permite extrair 20% menos árvores e ter mesmo rendimento total de madeira, além de permitir a manutenção da floresta e sua exploração sem limite de tempo.

COMO COMEÇAR

Privilegie produtos feitos de madeira certificada: ao buscar um móvel novo, um instrumento musical ou um utensílio, informe-se sobre a origem da madeira usada no produto. Pesquise se a sua fonte é legal e sustentável e dê preferência para a compra de itens produzidos com madeira certificada. Existem 3 modelos de certificação: Certificação de manejo florestal, que garante que a floresta é manejada de forma responsável, mantendo sua reprodução e continuidade ao longo do tempo; Certificação de cadeia de custódia (CoC), que assegura a rastreabilidade da produção da matéria-prima que sai das florestas até chegar ao consumidor final; e Madeira controlada, cujas normas orientam as empresas a evitar produtos com origem florestal de categorias consideradas inaceitáveis.

Prefira produtos derivados de madeira com certificação: papel, embalagens e outros itens derivados da madeira também poder ter certificação garantindo uma origem sustentável. Busque pelo selo Forest Stewardship Council (FSC), para fazer melhores escolhas de compra, preservando a biodiversidade.

Use sua voz para denunciar a exploração ilegal de madeira: desconfia da origem de algo feito de madeira? Ou das práticas de uma empresa? Recorra às autoridades responsáveis, como o IBAMA.

O vídeo (1 min) mostra como acontece o comércio ilegal de madeira no Brasil e aponta para a importância do combate dessa prática.