O modo como compramos é fundamental para não gerar desperdícios nem comprometer o orçamento. Principalmente quando falamos de alimentos, itens que adquirimos com periodicidade maior. Uma compra não planejada pode resultar em excesso de alimentos que, por sua vez, correm o risco de terem sua validade expirada e serem descartados.

É importante saber que 28% dos desperdícios de alimentos ocorrem depois que eles chegam às nossas casas, em parte devido às compras em excesso. Cada família desperdiça 353 g de alimentos por dia ou 128,8 kg por ano. E cada pessoa joga “fora”, em média, 41,6 kg de alimentos anualmente. Entre os alimentos mais desperdiçados estão: arroz (22%), carne bovina (20%), feijão (16%), frango (15%), hortaliças (4%) e frutas (4%).

Desperdiçar alimentos significa também perder dinheiro. Veja esse exemplo:

Considerando que uma família gasta, em média, R$ 650 ao mês com alimentos e desperdiça quase 1/3 deles, ela “joga fora” mais de R$ 180 mensalmente. Se ela reduzir esse desperdício pela metade, economizaria R$ 91,20 por mês — ou quase R$ 1.095 ao ano. Ao depositar esse valor na poupança (rendimento anual de 6%), a família acumulará mais de R$ 1 milhão após 70 anos.

Vale destacar o quão importante é reduzir o desperdício na etapa do consumo, no final da jornada de um alimento. Isso porque o desperdício nos diferentes momentos da cadeia tem impactos de magnitudes diferentes. Pense em uma cenoura: uma unidade perdida no campo tem menos gases de efeito estufa “embutidos” do que uma desperdiçada em uma residência, pois é preciso considerar que antes de ir para o lixo ela foi cultivada, transportada, armazenada, manipulada e refrigerada, havendo emissão de gases em todas essas etapas.

COMO COMEÇAR

Planeje o cardápio e faça uma lista de compras: prepare uma listinha com os itens que você precisa adquirir. Considere os alimentos que você já possui, incluindo só os produtos e as quantidades que realmente necessita. Isso evita compras por impulso e garante que você não irá esquecer nada. Outras vantagens do planejamento são a economia de tempo e financeira: ao comprar o que listou, você tem uma maior previsibilidade dos gastos, evitando surpresas na hora de pagar.

Evite ir às compras com fome: se o corpo está buscando fontes de energia, pode ser que ele te influencie a levar para casa mais alimentos do que você precisa, produtos indesejados ou mesmo itens mais calóricos e menos saudáveis. Assim, evite ir às compras antes do almoço ou no final da tarde, períodos quando a fome aumenta.

 Tenha cuidado ao levar as crianças às compras: mercados oferecem inúmeras oportunidades para as crianças convencerem os pais a comprarem determinados alimentos, além de uma intensa estratégia de marketing focada nos pequenos. Então, sempre que possível, atente-se à essa questão e aproveite a oportunidade para ensiná-los sobre a importância de comprar apenas o necessário.

O vídeo (1 min) apresenta um estudo da Universidade de Minnesota (EUA), que concluiu que ir às compras com fome resulta em 64% mais gastos, além de poder gerar desperdícios.

O vídeo (4 min) traz a nutricionista Simone Bach dando dicas para uma lista de compras que garante que haja comida suficiente para o preparo das refeições, sem excessos nem desperdícios.