
Diferentemente do imaginário coletivo e do uso na linguagem cotidiana, uma dieta não é um regime para perder ou ganhar peso. Uma dieta é a composição da nossa alimentação, podendo ter algum objetivo específico ou não.
Falar em dietas sustentáveis é falar sobre alimentações capazes de promover a saúde de cada indivíduo combinada à preservação do meio ambiente. De maneira geral, dietas sustentáveis que respeitam a biodiversidade e os ecossistemas, além de serem culturalmente aceitáveis, economicamente justas e acessíveis e nutricionalmente adequadas. Um exemplo são aquelas que priorizam alimentos orgânicos, cujo cultivo não utiliza substâncias químicas, buscando beneficiar o ecossistema e respeitar a cultura local, ao mesmo tempo que provê alimentos.
Várias pesquisas revelam que uma dieta rica em vegetais e com menos alimentos de origem animal, especialmente a carne bovina, confere benefícios à saúde e ao meio ambiente. A título de comparação, a produção de carne vermelha demanda muito mais recursos naturais, como água, e emite muito mais gases de efeito estufa (GEE) do que a produção de frango, que por sua vez demanda mais recursos e emite mais GEE do que a produção de vegetais.
Veja esse exemplo:
Se um grupo de 30 amigos que costuma fazer um churrasco por mês substituir pouco mais da metade da quantidade de carne bovina pela de frango, em um ano eles irão evitar o consumo de 1 milhão de litros d’água, quantidade suficiente para suprir as necessidades básicas de uma família (4 pessoas) por 7 anos!
Segundo o relatório Dietas Baseadas no Planeta, publicado pelo WWF Internacional em 2020, se comparada com as dietas atuais, a adoção global de uma dieta sustentável (ou “planetária”) pode reduzir a perda de vida selvagem em até 46%; o uso de terras agrícolas em 41%; e as emissões de GEE diretamente relacionadas aos alimentos em pelo menos 30%.
Quanto aos benefícios sobre a saúde humana, se toda a população do mundo dobrar o consumo de alimentos saudáveis (frutas, vegetais, legumes e nozes) e reduzir pela metade o consumo de alimentos menos saudáveis (açúcares adicionados e carne vermelha), serão evitadas cerca de 11 milhões de mortes por ano, o que representa entre 19% e 24% do total de mortes entre adultos.
Portanto, o que colocamos diariamente em nossos pratos pode fazer a diferença para alcançarmos níveis desejáveis e adequados de saúde humana e de sustentabilidade ambiental.
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