Muita gente desconhece, mas cascas, talos e sementes de frutas, legumes e verduras são ricos em nutrientes — às vezes mais que a polpa ou o corpo — e não devem ser descartados. A casca da laranja e do limão tem 20% mais antioxidantes do que a polpa, além de alto teor de vitamina C. Já a casca da abóbora contém betacaroteno, outro antioxidante, enquanto suas sementes possuem zinco, magnésio, potássio e ferro.
A utilização dos alimentos de maneira integral, usando também essas partes chamadas de “não convencionais”, é um hábito de consumo consciente que faz bem para a saúde e reduz o desperdício.
Mas o que fazer com essas partes? As opções são inúmeras e vão desde sucos (com casca de abacaxi, manga, maçã, jabuticaba) até pães (com cascas de banana, folhas e talos), passando por geleias (com casca de mamão, melão e banana) e bolos (com semente de abóbora, casca de laranja, caroço de jaca e até bagaço de milho). Ou seja, é só soltar a criatividade — ou buscar receitas na internet.
Outra prática que leva à redução de desperdícios é o reaproveitamento de sobras. A adoção desse hábito ganha mais importância no Brasil, onde há a cultura da fartura, do “é melhor sobrar do que faltar”. Essa fartura pode ser um gatilho para o desperdício, se a preferência por comida fresca for muito maior que o reaproveitamento e se as porções não forem devidamente planejadas.
COMO COMEÇAR
Utilize as partes não convencionais dos alimentos: ao incluir cascas, talos, folhas e sementes no preparo das refeições você aproveita suas riquezas nutricionais e faz o uso integral dos alimentos, sem desperdiçar partes que podem ser consumidas. Este documento do Alimentação em Foco ressalta as partes que podem ser aproveitadas, diferentes preparos, além de uma tabela nutricional com o teor de nutrientes de inúmeros alimentos, tanto da polpa, como da casca, semente, talo, folha e rama.
Reaproveite as sobras de alimentos: cozinhou mais do que deveria e sobrou comida? Guarde na geladeira para ser o seu almoço do dia seguinte, congele para consumir depois ou procure receitas que ensinam como preparar pratos a partir de sobras de refeições. Assim, o que antes seria descartado pode se tornar um novo prato, ainda mais atrativo.
A publicação do Ministério da Saúde e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informa o valor nutricional de cada parte dos alimentos, destacando as possibilidades de uso para cascas, talos, sementes e outras partes não convencionais.
O vídeo (9 min, em inglês) apresenta a estratégia adotada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) onde as pessoas colocam suas sobras de comida sobre uma bancada. Uma câmera faz uma foto dela, publica nas redes da universidade e os interessados podem ir lá consumir o que outro não quis.