A polinização está entre os mais importantes serviços ecossistêmicos: insetos, abelhas, pássaros e morcegos são responsáveis por transportar o pólen para a reprodução de 60 a 70% das espécies de plantas e 35% do cultivo agrícola global. As abelhas são os polinizadores mais eficientes e os que mais contribuem com a agricultura. Por outro lado, são também os que mais sofrem risco de morte por contato com agrotóxicos usados nas lavouras — só em três meses (dezembro de 2018 a fevereiro de 2019), meio bilhão de abelhas foram encontradas mortas no Brasil devido ao contato com agrotóxicos.
Estudos indicam que 1/3 da dieta humana depende dos polinizadores. Sem eles, teríamos uma dieta bem menos diversa e nutritiva — e poderíamos até viver uma escassez alimentar. Plantas que dão alguns dos ingredientes mais presentes em nossa mesa dependem dos polinizadores, como as macieiras, os tomateiros, e os pé de café e feijão.
A extinção em massa de abelhas e outros polinizadores também pode acarretar o aumento nos preços dos alimentos. Sem a polinização natural, precisaríamos desenvolver alternativas artificiais para cumprir o trabalho do animal, o que demanda investimento na produção.
Além disso, plantas que dependem de polinizadores contribuem diretamente para a produção de vários itens que fazem parte do nosso dia a dia: medicamentos, biocombustíveis, fibras, materiais de construção, instrumentos musicais e artesanato, entre outros.
COMO COMEÇAR
Proteja os polinizadores: pense duas vezes antes de matar uma abelha ou espantar um pássaro. Evite o uso de inseticidas ou pesticidas em suas plantas domésticas.
Prefira alimentos orgânicos: eles são cultivados sem o uso de agrotóxicos, grandes responsáveis por um ambiente prejudicial aos polinizadores. Estudos indicam que o uso do químico neonicotinoide pode levar à perda direta de abelhas e zangões, enquanto o uso de herbicidas impacta negativamente na diversidade das abelhas, uma vez que reduz a disponibilidade de flores.
O vídeo (1 min, em inglês) mostra como os atuais padrões de agricultura intensiva e a crise climática têm ameaçado os polinizadores.