Pode soar estranho, mas uma simples mudança no seu cardápio, substituindo a carne bovina por outra fonte de proteína (frango, peixe ou leguminosas) uma ou mais vezes na semana já contribui para a preservação da biodiversidade. Isso porque a expansão da pecuária está diretamente associada às altas taxas de desmatamento que, por sua vez, tem impactos gigantescos no habitat de diversas espécies da fauna e da flora. E, se cai a demanda de carne bovina por parte dos consumidores, cai a pressão pela abertura de novas terras.
Atualmente, a pecuária é o maior vetor do desmatamento da Amazônia brasileira, ocupando 60% das áreas desmatadas. E o desmatamento é apontado como principal ameaça para 85% das espécies na lista vermelha da IUCN.
Estima-se ainda que a carne bovina produzida em áreas recentemente desmatadas seja responsável por até 25 vezes mais emissões de gases de efeito estufa (GEE) do que a proveniente de pastagens estabelecidas. Essas emissões agravam a crise climática, outro fator que prejudica a biodiversidade, pois quando a temperatura da Terra aumenta, várias espécies são forçadas a migrar para outros locais. Ao terem seu habitat reduzido ou perdido, algumas sofrem redução em sua variabilidade genética podendo até se extinguir.
Entre os prejuízos da produção de carne bovina ao meio ambiente está ainda a enorme demanda por água, recurso natural precioso para a manutenção de todos os tipos de vida no planeta. Substituir esse alimento por outras fontes proteicas também é poupar água.
Veja esses exemplos:
Enquanto a produção de 1kg de carne bovina consome 15 mil litros d’água, a de 1kg de frango utiliza 4,3 mil litros. Toda vez que você trocar a carne bovina por frango em uma refeição, estará economizando o total de água que você consome durante 2 meses para suprir suas necessidades básicas.
COMO COMEÇAR
Substitua a carne bovina por outras fontes de proteína: além de outras carnes, como porco, frango e peixe, há diversas fontes vegetais capazes de suprir as necessidades nutricionais de proteína e cujos processos produtivos são menos danosos ao meio ambiente e à biodiversidade, como leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico), cereais, oleaginosas (castanhas, nozes e amêndoas) e algas. Veja: 85g de carne bovina oferecem a mesma quantidade de proteína que 81g de carne suína, 120g de frango ou 240g de feijão. Sempre que possível, procure fazer essas substituições em suas refeições.
Participe da campanha Segunda Sem Carne: se você conseguir abrir mão da carne pelo menos um dia da semana, mas por um longo período, estará contribuindo para a conservação da biodiversidade. Se conseguir fazer com que a família siga o seu exemplo, essa contribuição será ainda maior.
Verifique a procedência da carne que você consome: sempre que possível, prefira comprar carnes certificadas, que possuem selos assegurando que sua origem não está relacionada a desmatamentos. A certificação Rainforest Alliance atesta práticas da pecuária sustentável.
O material da campanha Biodiversidade Importa fala da relação entre o aquecimento global e a biodiversidade, indicando a redução do consumo de carne bovina como um caminho para a preservação das espécies.
O e-book do Greenpeace, lançado durante a pandemia, reúne receitas simples, saborosas, nutritivas e sem carne alguma.