A energia elétrica é essencial para a realização de nossas atividades diárias, mas a geração dela representa um gigantesco impacto na crise climática, já que utiliza fontes emissoras de gases de efeito estufa (GEE). No Brasil, o setor de energia como um todo é responsável por 19% das emissões anuais e, deste total, cerca de 13% correspondem às emissões associadas à geração de eletricidade.
Quanto à origem dessa energia elétrica, a principal fonte do país é renovável, as hidrelétricas (63,5%, em 2019), seguidas de uma fonte não-renovável, as usinas termoelétricas (9,6%) — acionadas principalmente em épocas de crise hídrica, elas queimam gás natural ou outros combustíveis fósseis, emitindo GEE.
Apesar de não estarem isentas de emissões, as hidrelétricas emitem muito menos que as termelétricas — 26 e 500 tCO?/MWh, respectivamente — e são seus reservatórios, sistemas aquáticos artificiais, as fontes emissoras de gases. Isso porque a decomposição da matéria orgânica inundada pelo reservatório (como vegetação, solos e algas nele produzidas) gera emissões. Além disso, as águas profundas dos reservatórios também são objeto de uma alta pressão hidrostática e, quando passam pelas turbinas da usina, a pressão cai abruptamente, liberando parte dos gases.
Este é o caso, por exemplo, das hidrelétricas na Amazônia: ao se retirar a vegetação nativa da área a ser inundada, a decomposição da matéria orgânica e do carbono presente no solo ocasiona a formação de gás carbônico e de metano. Hidrelétricas já instaladas ou previstas para serem construídas na Amazônia poderão emitir, em 100 anos, até 21 milhões toneladas de CH4 e 310 milhões de CO?.
Por conta de toda a emissão associada à geração de energia elétrica, nós, consumidores, devemos fazer a nossa parte usando este recurso tão importante com consciência, evitando desperdícios que, consequentemente, diminuem a demanda por maior geração.
Veja esses exemplos:
COMO COMEÇAR
Substitua as lâmpadas fluorescentes por lâmpadas LED: as lâmpadas LED são mais eficientes energeticamente, usando 25% menos energia do que as fluorescentes para produzir a mesma quantidade de luz. E, apesar de mais caras, você não sai perdendo: 4 lâmpadas fluorescentes substituídas por LEDs geram uma economia que, em 10 meses, compensa o investimento nesse tipo de lâmpada.
Retire os eletrônicos da tomada quando não estiver em uso: mesmo que estejam desligados, aparelhos em stand-by consomem energia. Se não estiver usando o micro-ondas, a TV, o aparelho de DVD ou outros eletrônicos, deixe-os fora da tomada.
Compre aparelhos mais eficientes energeticamente: quando precisar de um novo eletrodoméstico, procure certificações como o selo Procel ou a etiqueta do Inmetro, que indicam quais aparelhos consomem menos energia para ter o mesmo desempenho.