Infelizmente, ações de governos e empresas mundo afora têm mostrado uma evolução pequena e vagarosa no enfrentamento à crise climática, podendo não ser suficientes para atingir a meta do Acordo de Paris de manter do aumento da temperatura global neste século abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais, além dos esforços para limitar esse aumento a 1,5°C.
No Brasil, os esforços do poder público também seguem um ritmo lento considerando a emergência do tema. Logo após sua eleição em novembro de 2018, Jair Bolsonaro comunicou que o Brasil não sediaria a conferência climática da ONU (COP 25) em 2019, alegando o custo alto da realização do evento. Mesmo deixando de sediá-la, o Brasil participou da conferência, mas foi visto como o país que mais bloqueou seu principal objetivo: regulamentar o artigo 6 do Acordo de Paris, que trata da criação de um mercado de carbono para incentivar ações de mitigação dos efeitos da crise climática.
Em fevereiro de 2020, o então ministro brasileiro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, demitiu as principais autoridades de combate às mudanças climáticas e tomou diversas decisões que desincentivaram a fiscalização do desmatamento e a implantação de um plano de combate à crise climática.
Em meio a esse contexto, cabe à sociedade e às organizações da sociedade civil atuar fortemente para pressionar governos e empresas a adotarem medidas eficazes para combater a crise climática e os impactos negativos a ela associados, bem como valorizar os governantes e as empresas que o fizerem.
COMO COMEÇAR
Pesquise quais são as organizações que trabalham a temática: assim, é possível valorizar sua atuação, apoiar seus projetos e ajudar na divulgação de suas iniciativas, reconhecendo a relevância desse trabalho dentro do contexto atual. Comece conhecendo as seguintes: Observatório do Clima, rede que reúne entidades da sociedade civil para discutir o tema e articular atores sociais para que o governo brasileiro assuma compromissos e crie políticas públicas para mitigar os impactos das mudanças climáticas; WWF, instituição que reúne dados sobre a crise climática e desenvolve projetos para mitigá-la, como o evento Hora do Planeta, que convida pessoas ao redor do mundo a apagar as luzes durante 1 hora em um dia específico de forma a chamar atenção para o tema; Greenpeace, tem como uma de suas maiores metas impedir o aumento da temperatura média global acima do estipulado no Acordo de Paris; Engajamundo, organização de liderança jovem que acredita na força de transformação das novas gerações a partir do seu engajamento político em temas como a crise climática.
Apoie marcas que se envolvem na temática: no momento da compra, priorize produtos e serviços de empresas que não só divulgam, mas colocam em prática ações voltadas ao combate da crise climática, como redução ou compensação de emissões. Algumas dessas informações podem ser encontradas nos rótulos dos produtos, no site das marcas e em outros canais de comunicação, como redes sociais e relatórios de atividades.
Combata fake news sobre a crise climática: compartilhe notícias e dados de entidades confiáveis. Assim, você ajuda a conscientizar outras pessoas para a importância do tema. O Observatório do Clima elaborou o fakebook.eco.br, que lista os 10 principais mitos relacionados à crise climática e os desmistifica por meio de explicações detalhadas.